Foi num domingo. O dia amanheceu
nublado.
A praia exibia um mar verde prateado, o
que deixava a paisagem intensa, chamativa, aquela que você não pode deixar de
apreciar os simples detalhes, aquela que faz você repassar toda a sua vida num
pensamento.
A pousada amanheceu fria, um
clima que merecia uma fogueira, chocolate quente e
um cobertor confortável.
Merecia.
Mas as pessoas que a acompanhavam nesse
passeio só esperavam a chuva cair para correr em direção ao mar e se jogar
naquela água pura, cintilante e gelada, com uma vontade louca de banhar na
chuva.
E o dia continuou assim: chove ou não
chove?
O céu estava de uma cor acinzentada,
fazendo o dia parecer noite.
Ela pegou um livro, sentou na poltrona,
folheou três páginas e o deixou ali.
Os acompanhantes assavam um tucunaré
envolto num papel alumínio. E assim o dia passou enquanto riam, dormiam em
redes, comiam peixe e se divertiam ao máximo naquele dia escuro.
E então chegou o pôr do sol.
Todos saíram do aconchego da pousada, olharam aquela paisagem única, tiraram
fotos para relembrar e a chuva que esperou o dia todo para descer, enfim
chegou.
E aí foi aquele alvoroço para entrar no mar iluminado por relâmpagos e com uma forte chuva. As ondas iam e vinham, e ela sentou se na areia coberta com gotas pesadas de chuva, prometendo a si mesma que o ano vindouro seria como aquela noite de chuva: único. E assim ela jogou-se ao mar frio e saiu de lá no dia primeiro de Janeiro.
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